Plano de Curitiba e estrutura da cidade são temas da reunião semanal do Comitê de Infraestrutura

O Comitê de Infraestrutura do Movimento Pró-Paraná e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) recebeu, nesta terça-feira (16/7), o arquiteto Salvador Gnoato para comentar sobre o plano de Curitiba e a estrutura urbana da cidade.

Após abertura do encontro realizada pelo presidente do Pró-Paraná, Marcos Domakoski, o currículo do convidado foi apresentado pelo coordenador do Comitê, Luís Roberto Bruel.

Gnoato deu início à sua fala apresentando um histórico da evolução da estrutura de Curitiba, relembrando que a cidade está prestes a completar 60 anos em um mesmo plano de urbanismo, que não muda em sua essência mas está em contínuo desenvolvimento.

Ainda em relação ao plano de Curitiba, o Gnoato relembrou que a maior preocupação dos arquitetos no momento de elaboração do plano eram os edifícios localizados na parte central da cidade, destacando que a falta de um plano bem estruturado e integrado representaria um centro sufocado no miolo da cidade.

A partir disso, apontou eventos que ajudaram no desenvolvimento arquitetônico e estrutural de Curitiba. Com enfoque na criação do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1962; do Concurso Internacional Euro-Kursaal, em 1965; e na instalação do Instituto de Previdência do Estado (IPE), em 1967, sendo um dos primeiro prédios no estilo brutalista da cidade.

O arquiteto apresentou ainda o plano preliminar de urbanismo da cidade, elaborado em 1965. Este focava no crescimento linear, tangenciando o centro; a hierarquia de vias, usando as infraestruturas existentes; a extensão e adequação de áreas verdes e a criação de paisagens humanas. Além disso, o plano preliminar previa também a criação de um órgão de acompanhamento, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC).

Gnoato saudou os prefeitos de Curitiba, afirmando que é rara a cultura de dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo gestor anterior. O arquiteto ressaltou que a constante dedicação em estudar e revisar o plano da cidade é o que tornou Curitiba na capital coerente e bem estruturada que é hoje.

Em relação aos trechos viários, Gnoato destacou que o desejo dos arquitetos sempre foi intervir o mínimo possível na estrutura base. O arquiteto relembrou que, na época em que o plano foi elaborado, São Paulo havia acabado de inaugurar a Via Elevado Presidente João Goulart, conhecido popularmente como Minhocão, e que a gestão do prefeito Jaime Lerner e do IPPUC foi estritamente contra a ideia da implantação do sistema em Curitiba. A justificativa era a preservação da malha urbana da cidade, evitando a criação de um lugar de sub-uso e não comprometendo a estética da paisagem. Assim, foram implementadas as trincheiras.

Ao final do encontro, o espaço foi aberto para contribuições e questionamentos dos demais participantes.

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